Editorial 28
A revista Alegrar apresenta sua 28ª edição com textos que afirmam a potência da vida, da criação e o desejo de proliferar bons encontros.
Teoria queer, kuir, Sucia Inmunda Delabasura, de Cleiton Zóia Münchow, apresenta considerações a propósito da história da palavra queer, da “formulação da ideia de teoria queer, de tentativas de tradução para cuir, kuir e, por fim, pensando na realidade de Mato Grosso do Sul, Sucia Inmunda Delabasura.”
Nos desdobramentos da pergunta de Eduardo Silveira – Que corpo é esse? – encontramos uma proposta pedagógica envolvendo o tema da fisiologia humana, em uma turma do Ensino Médio Técnico Integrado, no IFSC. A proposta explora fugas da clássica “abordagem cientificista, fragmentada e descontextualizada tão comum no ensino de ciências”. Para tal, propõe à turma a criação de corpos ficcionais em uma atividade que passou a se chamar “Meu corpo, minhas regras”, possibilitando que os corpos criados ganhem vida no espaço do texto.
Em Invenções clínicas no atendimento remoto durante a pandemia: Do luto à produção onírica, Vinícius Duarte de Oliveira e Jaquelina Maria Imbrizi nos trazem uma invenção clínica em contexto pandêmico. Ela se utilizou de material onírico em um atendimento psicossocial remoto, analisando a construção de um espaço onírico compartilhado, em interlocução com ideias de Sigmund Freud, Renê Kaës e Ailton Krenak.
Desirée Valente Spessote, em Habitar na fronteira: Lygia Clark e a relação entre arte e clínica, constrói possíveis diálogos entre arte e clínica a partir do trabalho de Lygia Clark.
A circulação das mulheres na paisagem social pela proibição do incesto, de Marina dos Reis problematiza questionamentos a certo imaginário que nos diz “o que é ser mulher”, via “aportes das notas de Octavio Paz (1977) e de Gayle Rubin (1993) acerca da proibição do incesto nos sistemas sociais, tópico abordado na obra de Lévi-Strauss”.
Envolvendo uma dissertação de mestrado em Educação Matemática, Imagens Acontecimento de artistas inventivos: uma narrativa de afeto e de (des)explicação, de Amanda Silva de Medeiros e João Paulo Risso, apresenta uma narrativa ficcional escrita com imagens produzidas por artistas inventivos. Narrativa que expõe travessias e inquietações provocadas pelo encontro com os sujeitos da pesquisa e suas produções. Produz (des)explicação, possibilitando outros modos de mobilização conceitual, “uma escrita pelo afeto, por minúcias, pelas vias da arte, da literatura, da inventividade e da experiência.”
Formação? Tempo? Pesquisa? Uma carta à pós-graduação, uma carta de Tiago Amaral Sales, na qual pergunta pela potência do tempo dos encontros em uma pós-graduação. Um convite à vida e ao pensamento, envolvendo desejo e corpo.
Nessa edição, Mateus José Lannes Tolentino nos traz a resenha crítica do filme O Farol, de Robert Eggers.
Kátia Kasper e Juliana Gisi