Editorial 27
A revista Alegrar apresenta sua 27ª edição buscando proliferar encontros potencializadores da vida. Entre educações e artes e ciências e filosofias e literaturas e…, traços de delicadeza atravessando tempos brutos.
Thiago Martins de Morais, em Para inventar uma poética do invisível na educação, compõe um exercício de linguagem, um convite “ao tracejamento, no campo da educação, de linhas de recomposição de nossa relação com o invisível (GUATTARI, 2012), com o fantasma, com tudo aquilo que está na floresta escura de nós mesmos”.
A vida é urgente: uma experiência sobre a existência, de Ricardo Ferreira de Sousa, aborda o documentário “A vida é urgente”, de Yasmin Thayná. Documentário produzido em 2020, integrante do Programa Convida, do Instituto Moreira Sales. Uma videoinstalação, “de silêncios, respiros e reflexões sobre os corpos negros no contexto social, político, cultural e econômico”.
Rafael Caetano do Nascimento e Felipe Ferreira Joaquim nos trazem Três oficinas, escritas entre rios. Composições brincantes: texto-oficina, oficina-texto. Escrita-rio, entre fluxos, deslocamentos e aberturas.
Exercício de escrita e pensamento incitado pelo interesse nas construções habitantes das margens, Entre a exclamação e a interrogação: o ‘vir a ser’ que habita as beiradas, de Cristiane M. M. Laia, expande o espaço entre surpresa e questionamento, evocando a leitura de “Que emoção! Que emoção?”, de Didi-Huberman.
Maçãs e madrugadas frias, um conto surpreendente de Leonildo A.G. Pereira, envolvendo percursos de um menino febril por ruas da cidade, na longa madrugada fria. Em Maquiagem: um dispositivo para pensar o feminino na contemporaneidade, Karoline Cabral Faria e Daniela Franco Carvalho nos apresentam uma pesquisa narrativa, desencadeada por um ateliê de criação, ocorrido em um evento de Ensino de Biología. As autoras trazem para a análise “obras de maquiadoras, artistas e designers que encontram brechas e dão novos sentidos à maquiagem”.
Temos também Dois poemas, de João Abreu: “A noite” e “A festa”. Afirmação da vida, afirmação de que “a alegria é possível”.
Contamos ainda com um relato de experiência: Educação especial: experiência do projeto de inclusão “Trocando cartas”, de Rita Ferreira da Silva. Nele, a autora narra o processo de desenvolvimento de um projeto de intervenção terapêutica.
Essa edição apresenta também duas resenhas de livros. A canção de ninar brasileira: aproximações, fruto da tese de doutorado de Silvia de Ambrosis Pinheiro Machado, autora da obra. Resenha de Isabel Cristina de Moura Carvalho. Na pele do mundo: educações ambientais, livro organizado por Leandro Belinaso e Davi de Codes, foi resenhado por Cláudio Passos de Oliveira, atento às múltiplas histórias e aos processos de escrita que envolvem a obra.
Desejamos potentes leituras.
Kátia Maria Kasper e Juliana Gisi