Editorial 17
A revista Alegrar chega ao seu 17º número com textos que apontam a potência da vida, dos bons encontros, da alegria.
De Portugal Cláudia Ferreira nos afeta com Tranquila ferida do sim, faca do não: aproximação à experiência. Trata-se de um estudo de uma instalação de Rui Chafes: Tranquila ferida do sim, faca do não. “Em consonância com Walter Benjamin, para quem as obras de arte criam círculos mágicos”, a autora deixa falar a experiência da visita à instalação e faz falar o silêncio da obra de arte.
Nilson Dinis nos traz O jogo verdade-mentira na Odisséia de Homero. O efeito produzido por Dinis “é o de mostrar a riqueza de composição já presente em um texto antigo como a narrativa homérica e o grau de opacidade e abertura a diversas posições interpretativas que tal texto ainda consegue provocar”.
No ensaio Jan Fabre: metamorfoses do corpo/dor – Um trajeto metodológico, Wallace José de Oliveira Freitas e Naira Ciotti discorrem a propósito do trabalho híbrido de Jan Fabre, refletindo sobre “o trajeto investigativo, os desvios que as escolhas metodológicas podem sofrer, e a metamorfose que assim como o fazer o artístico, o ato de pesquisar também sofre”. Busca-se pensar a dor no campo das artes, em aliança com a obra de Jan Fabre, o corpo do autor do ensaio e suas pesquisas.
Lívia Pellegrini nos provoca com 4 trabalhos do corpo e o rio. Os trabalhos: Limpeza, Vertigem, Estrelas, Crise atual. Seguidos de corpo-rio. Nada mais anteciparemos, resta ler e surpreender-se.
Benjamim e a ESCOLA PÚBLICA: uma vivência de pais, de André Antunes Martins, é um relato de experiência que conta, na perspectiva dos pais, a propósito de vivências de escolarização na rede pública da região metropolitana do Rio de Janeiro. Narrativa que se desdobra entre o desejo de uma escola democrática e de qualidade os processos que “deslegitimam saberes e qualquer participação mais intensa no espaço escolar”.
A metáfora da criança como espírito trágico por excelência, de Maria dos Remédios de Brito, aborda o pensamento de Heráclito, através de alguns fragmentos de seus textos. Para a autora, a magnitude de sua filosofia somente pode ser sentida por um espírito capaz de lidar com a “tragicidade da vida”. Daí a sugestão feita pelo filósofo do uso da “metáfora da criança” como “uma espécie de ‘espírito trágico’ por excelência, capaz de sentir o teor de sua filosofia sem lamentos”.
RM Limongelli nos convida a pensar-movimentar no impasse: dobraduras. Texto que aborda o pensar-mover em dança, disparado com a obra O Mesmo Lugar de Sempre, um trabalho criado em 2010 pela J.Gar.Cia em São Paulo e os escritos de Deleuze e Guattari em linguagem.
Em Dançando com a forma(açao) docente, Marcia Regina Gobatto e Daniela Franco Carvalho narram, como uma dança, reflexões a propósito de sua forma(ação) no Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica do estado de Mato Grosso (Cefapro/MT). Coreografia produzida por professoras/es-formadoras/es, incluindo as autoras, além das/os companheiras/os que estiveram com cada um/a de nós durante este percurso. Cartografia para uma formação em devir.
Marília Silveira e Analice de Lima Palombini nos trazem uma metodologia de pesquisa – o “PesquisarCOM” – tornada objeto de pesquisa. PesquisarCOM a Loucura, texto que integra uma dissertação de mestrado imersa na experiência de uma pesquisa multicêntrica que produziu o Guia Brasileiro da Gestão Autônoma da Medicação (guia GAM-BR).
Kátia Maria Kasper, Cíntia Vieira da Silva