Nesta edição da Alegrar, apresentamos textos que transitam entre artes e clínica, conceitos, afectos, perceptos, gestos. Cinema, música, colagem, romance, poesia, saídas vitais para impasses os mais diversos.

O artigo de Sebastian Wiedemann, com versões em espanhol e em português, Jour après jour… do possível no mundo: Notas para uma imagem audiovisual, cria o conceito de metalização bifacetada para falar da potência da imagem audiovisual.

Pâmela Nische Alves e Cleber Gibbon Ratto, apresentam Clinicultura – um ensaio sobre a (trans)formação dos modos de ver e escutar. Neste ensaio problematizam experiências por meio das quais se produz uma escuta clínica, atenta às configurações afetivas de nosso tempo.

Em De uma conversa sobre o ensino: professor e licenciando, Máximo Adó inventa um bem humorado diálogo em que um licenciando de ideias um tanto ou quanto deleuzianas conversa com Herr Professor Heidegger a respeito dos conceitos centrais de Ser e tempo.

Da alegria poética, por Marcela Tavares, conecta a potência da poesia com a alegria espinosista.

No artigo O devir-mulher de “Orlando” de Virgínia Woolf: uma leitura por estilhaços Maria dos Remédios De Brito convida aqueles que “enxergam na literatura uma possibilidade de alargamento do mundo e da vida para se pensar existências possíveis” a pensar entre outras questões, a sexualidade, através do devir-mulher do personagem Orlando.

Narrar experiências: intensidade e fragmentos de processos de trabalho com a assistência social, artigo de Fernando Pena Miguel Martinez, através de procedimentos narrativos, busca “acessar as intensidades produzidas nos encontros com meninos em situação de risco social e pessoal, e com trabalhadores de equipamentos públicos de assistência social.”

André Pietsch Lima interpela-nos com Aquilo que pensa pode estar soando, aliando-se às máquinas sonoras de Varèse, Schönberg, Berio, Cage, Boulez para produzir variações conceituais capazes de exprimir as modulações da repetição criadora.

 O ensaio de Jamer Guterres de Mello, Suportes de experimentação: fanzines e cut-ups como recurso estético na escrita trata do procedimento de cut-up, criado por William Burroughs, em sua expressão imagética em fanzines, como recurso produtor de choques visuais capazes de fugir à linearidade na escrita e na pesquisa.

 

Kátia Maria Kasper e Cíntia Vieira da Silva