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Nesta 10ª edição da revista Alegrar temos o ensaio Ricardo Avellar – O Circo, o Concreto e o Corpo, de Jorge de Freitas. Nele, o autor interpreta a estética do fotógrafo mineiro Ricardo Avellar, tendo como mediadores o circo, a urbanidade e o corpo.

Gilles Deleuze e o cinema do não, por Marcos da Rocha Oliveira, seria um ensaio a respeito de um filme, sob a inspiração de conceitos de Deleuze, ou uma narrativa em um tom entre Borges e Bolaño, lançando referências eruditas e pistas falsas que confundem e seduzem o leitor? Seria este um texto que faz o que diz, adentrando o âmbito do performativo?

Fotobiografema de um frame: a imagem-escusa de Está tudo pela hora da morte por Daniel Gutierrez (Daniel Gutierrez assina por Máximo Daniel Lamela Adó ao modo de Bustos Domeq), texto que dialoga com o anterior (Gilles Deleuze e o cinema do não) e torna o leitor ainda mais hesitante em decidir pelo caráter ficcional ou ensaístico dos dois textos. A potência do falso, em ambos os textos, não é apenas tratada como conceito, mas instituída como prática.

Paisagens visuais em blocos de perceptos em preto e branco: para uma política do olho, de Maria dos Remédios de Brito e Manoel Neto. Ensaio, conforme os autores, que consiste em “um exercício do pensamento, das sensações, que cruzam a escrita e a paisagem visual fotográfica”. Assim, experimentar “o olhar, o corpo, os sentidos”, como “uma linha de fuga para outros modos de vida e existência, capazes de pensar, de sentir a alegria em sua potência vital, ou seja, de afirmar a vida”.

Em O clássico em Hans-Georg Gadamer e Italo Calvino, Bruno Brizotto discute “o conceito de clássico a partir das proposições de dois importantes nomes da tradição cultural ocidental: o hermeneuta alemão Hans-Georg Gadamer (1900-2002) e o escritor italiano Italo Calvino (1923-1985)”.

Incontinência, de Flausina Márcia da Silva, transita entre o poema e a narrativa, para enfrentar o temível tema do amor. O texto brinca com a coloquialidade da fala, aliando-a à estranheza de uma linguagem que precisa sofrer torções para se tornar expressiva.

João Urbano convida-nos a um mundo evanescente, já minimalista e ainda em processo de minimização em O mínimo possível.

Espinosa, Deleuze & Guattari: o desejo como metamorfose, de Elton Luiz Leite de Souza, apresenta uma concepção produtiva do desejo, entremeada à poesia de Manoel de Barros. O desejo como disparador de metamorfoses, de diferenciações se revela como estopim da criação poética.

Temos ainda o artigo Os limites do progresso humano, de Gilbert Simondon, traduzido por Christian Pierre Kasper. Esse artigo foi originalmente publicado na Revue de Métaphysique et de Morale, em 1959, sob o título Les limites du progrès humain.

Kátia Maria Kasper e Cíntia Vieira da Silva