Fragmentos coletivos de uma pandemia (corpoescritas de nós)

Fernanda Rocha da Silva; Juliana Pereira Dias Lima; Kelly Dias Vieira; Luciana Oliveira; Paula Gontijo Martins; Priscila Tamis

Resumo

Em tempos de crise, afirmar a vida e enfrentar o presente. O que há de vital em nós? No nosso caso, a pandemia insurgiu a conexão virtual de seis mulheres pós-graduandas para a partilha do que grita e silencia nossos corpos e nossas escritas. Vivendo em diferentes cidades, em construção provocativa, juntas, tecemos textos contra-hegemônicos. Esses fragmentos foram escritos na intensidade, com os sentidos, o ouvido, as mãos; pelas cores, texturas, espessuras; em experimentações e acontecimentos. Uma escrita coletiva, afetiva, que tece e destece palavras, entremeia ideias, multiplica sentidos, desburocratiza histórias. Tecido forjado nas linhas da contração e da expansão, no qual, enquanto tecelãs, estamos continuamente a nos inscrevermos e nos apagarmos, nos diferenciando de nós mesmas. Assim, resistimos aos aprisionamentos estruturais e experimentamos a tecitura rizomática, inventando múltiplas entradas e sustentando a aposta viva de nos fazermos escritoras a partir do rigor dos afetos que movem nossos corpoescritas.
Palavras-chave: corpoescrita, coletivo, escuta, afeto, mulheres.

Resumen

En tiempos de crisis, afirmar la vida y afrontar el presente. ¿Qué hay de vital en nosotras? En nuestro caso, la pandemia estalló la conexión virtual de seis mujeres estudiantes de posgrado para compartir lo que grita y silencia nuestros cuerpos y nuestros escritos. Viviendo en diferentes ciudades, en construcción provocativa, juntos, tejemos textos contrahegemónicos.Estos fragmentos fueron escritos en intensidad, con los sentidos, el oído, las manos; por colores, texturas, espesores; en experimentaciones y acontecimientos. Una escritura colectiva, afectiva, que teje y desvanece palabras, entrelaza ideas, multiplica significados, reduce la burocracia de las historias. Tejido forjado en líneas de contracción y expansión, en la que, como tejedores, nos vamos inscribiendo y borrándonos continuamente, diferenciándonos. Así, resistimos los encarcelamientos estructurales y experimentamos el tejido rizomático, inventando múltiples entradas y sosteniendo la apuesta viva de convertirnos en escritores a partir del rigor de los afectos que mueven nuestro corpoescrita.
Palabras clave: corpoescrita, colectivo, escucha, afecto, mujeres.

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Referências

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LIMA, Juliana Pereira Dias. Governos de Vida e Morte: Uma análise das práticas de cuidado à população em situação de rua no município de Macaé/RJ. (Título provisório). Dissertação em construção. Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal Fluminense, Niterói/RJ, 2018 - atual.

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Links

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OLIVEIRA, Luis Henrique Silva de. “Escrevivência” em Becos da memória, de Conceição Evaristo. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 17, n. 2. p.621-623, maio/agosto, 2009. Disponível em:
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ORCHIDACEAE, Piny. Manifesto Feminista. Disponível em: https://www.instagram.com/tv/CAf-sJVFyWk/?igshid=2o5t5ypj89bk. Acesso em 06/10/2020.


Discografia

PERERÊ, Sérgio. Costura da Vida. In: Costura da Vida. Brasil: Napele Produções Artísticas, 2019.