Convite 01
Convite
Queridos amigos e colegas,
Temos o prazer de convidá-los (as) para colaborar com a revista eletrônica Alegrar. Aceitamos contribuições em cinco línguas: português, inglês, francês, espanhol e italiano.
Sua linha editorial está aberta a colaborações de toda ordem: cartas, entrevistas, fotos, desenhos, poemas, contos, artigos, resenhas, comentários, notas e tudo que possa ser interessante, em formas também ainda não nomeadas. Não exigimos formatos de texto para envio do material. Apenas as imagens devem vir em formato jpg (foto) ou gif (desenho ou traço), tamanho 800×600 pixels (LxA), definição 72 dpi. Estamos interessadas em saber o que vocês andam pensando, o que vocês andam fazendo.
A revista está ligada a um movimento em torno de modos produtivos, criativos, de resistir no presente, abrindo possibilidades outras, que acreditamos serem contagiantes. Situa-se em torno da dimensão do humor, do clown, do palhaço, do bufão, do arteativismo, das experiências comunitárias, de guerrilha, de arte pública, das várias lutas anti-globalização – ou por outras formas de globalização -, enfim de todos os movimentos que se utilizam da criação, que partem da afirmação e não se estruturam em torno de procedimentos reativos. Interessa-nos pensar a politização da alegria, entendida como força propulsora de transformações, como alegria desejante de proliferação de conexões e articulações. Assim, Alegrar pode incluir o riso trágico e mesmo manifestações não tão risonhas.
É preciso dizer também que Alegrar envolve a criação artística, mas não somente aquela voltada diretamente para o combate. Algumas produções artísticas são armas poderosas, mesmo quando seu alcance político não se deixa perceber de imediato.
Somos três leitoras de Deleuze e Guattari, Espinosa, Foucault, Nietzsche, Toni Negri, Clarice Lispector, Kafka, Beckett, Manuel de Barros, Antonin Artaud, Michel Tournier, Dostoievsky… Duas de nós tiveram experiências com meninas e meninos moradores de periferia, uma como professora, a outra através do vídeo. Uma estudiosa da leitura deleuzeana de Espinosa, interessada em pensar novas maneiras de articular corpo e pensamento. Uma estudiosa de clowns, corpos, em possíveis conexões entre arte, filosofia e política. Uma estudiosa de vídeo comunitário.
Somos – por que não dizer? – três amigas contagiadas pelo desejo de agenciar encontros, nesse espaço virtual. Por que o virtual? Pela sua rapidez, conectividade, contemporaneidade, agilidade e pela sua superfície. Afinal, em Sexta-Feira ou os limbos do Pacífico, Michel Tournier nos dizia: “Estranha prevenção essa que valoriza cegamente a profundidade à custa da superfície e que faz com que ‘superficial’ signifique não de ‘vasta dimensão’, mas, sim, de ‘pouca profundidade’, enquanto ‘profundo’ significa, pelo contrário, de ‘grande profundidade’ e não de ‘fraca superfície’. E, no entanto, um sentimento como o amor mede-se bem melhor – caso possa ser medido – pela importância de sua superfície do que pelo seu grau de profundidade.” (tr. br. Fernanda Botelho. 2ª ed., RJ, Ed. Bertrand Brasil, 1991, pp.60-61.) .
Esperamos sua colaboração.
Um abraço,
Cíntia Vieira, Clarisse Alvarenga e Kátia Kasper