Morada
Morada
Daniela Picchiai
Resumo
[...] Era no carnaval que a calmaria aparecia. Os donos, na rua, o espaço, todo dela. Nesses momentos, sem muitas palavras, era possível admirar os movimentos leves e lentos das baratas, formigas, aranhas e plantas. O pós-carnaval era sempre meio estranho, triste, tenso, cansado, ainda assim, era possível uma tranquilidade durante as tardes, mas nesse ano foi diferente. Os donos não saiam mais, o espaço foi sendo ocupado pelas bagunças, falas, músicas e televisão. As baratas se escondiam, as formigas sumiram e as plantas reclamavam do excesso de água. Enquanto ela tentava lidar com toda aquela estranha movimentação diária. [...]