Palco

Raniere Cristina Silva Sabará

O espetáculo começa.
Meu corpo grita e eu peço calma.
Luminárias, holofotes, suspiros.
Em rabiscos, contorno minha alma, como flores vivas em finais de estação.
Grifo em cada passo, o selvagem que me habita.
Me torno a própria caricatura desalmada, marcando a compadecida criação.
De fundo, aguço a escuta. Vejo imagens risonhas, míticas, olhos que vibram como a dança de meus ancestrais.
Ancestro meu corpo, feito coisa de bicho. Bicho-gente.
E ao ver as cortinas se fecharem, encontro a memória do palco, que na pele, chamo de lar.

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