Maquiagem: um dispositivo para pensar o feminino na contemporaneidade

Karoline Cabral Faria

Daniela Franco Carvalho

Resumo

A experiência propulsora deste trabalho foi um ateliê de criação, em um evento de Ensino  de Biologia, cujos gestos, olhares e falas das visitantes compondo conosco uma pesquisa  narrativa. A partir de conceitos sobre o contemporâneo, procuramos compreender a  maquiagem como dispositivo para pensar o feminino. Integrando o corpus analítico, estão  as obras de maquiadoras, artistas e designers que encontram brechas e dão novos sentidos  à maquiagem. Através das provocações trazidas por suas obras, percebemos que estão  em profanação, uma vez que as obras pautadas na maquiagem não agem como um  dispositivo de governo, deixando de impor subjetivações aos sujeitos e de levar a um  aprisionamento pela beleza que padroniza corpos e feminilidades.  

Palavras-chave: maquiagem, feminino, dispositivo, profanação.

Abstract

The driving experience of this work was a creative studio, in a Biology Teaching event,  whose gestures, looks and speeches from visitors composing a narrative research with us.  Based on concepts about the contemporary, we seek to understand makeup as a device  for thinking about the feminine. Integrating the analytical corpus are the works of makeup  artists, artists and designers who find loopholes and give new meanings to makeup.  Through the provocations brought by his works, we realize that they are in desecration,  since the works based on makeup do not act as a government device, failing to impose  subjectivities on the subjects and lead to imprisonment for the beauty that standardizes  bodies and femininities. 

Keywords: Makeup, female, device, desecration.

Texto Completo

PDF

Referências

AGAMBEN, G. (2009). O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Tradução de Vinícius  Nicastro Honesko. Chapecó: Argos.  

BAKHTIN, M. M. (2010). Para uma filosofia do Ato Responsável. Tradução de Valdemir  Miotello e Carlos Alberto Faraco. 2ª. ed. São Carlos: Pedro e João Editores. 

BAPTISTA, M. R. (2015). A profanação dos dispositivos em Giorgio Agamben. Estação  Literária, Londrina, v. 13, p. 10-23. 

BAUMAN, Z. (2005). Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi. Tradução de Carlos  Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar. 

BAUMAN, Z. (2007). Tempos líquidos. Rio de Janeiro: Zahar. 

BAUMAN, Z.; DONSKIS, L. (2014). Cegueira Moral: a perda da sensibilidade na  modernidade líquida. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar. 

BRAIT, B. (2008). Bakhtin: Conceitos-chave. 4ª. ed. São Paulo: Contexto. 

CLANDININ, D. J.; CONNELLY, F. M. (2015). Pesquisa Narrativa: Experiência e História  em Pesquisa Qualitativa. Tradução de Grupo de Pesquisa Narrativa e Educação de  Professores ILEEL/UFU. 2ª. ed. Uberlândia: EDUFU. 

DEBORD, G.(2003). A sociedade do espetáculo. [S.l.]: [s.n.], 2003. 140 p. Disponivel  em:  
<https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/32300914/A_sociedade_do_es petaculo.pdf?AWSAccessKeyId=AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A&Expires=1505460845&Sig nature=ekpBy%2BZb4ZT63Ka4FeHzVY2JYiI%3D&response-content disposition=inline%3B%20filename%3DA_SOCIEDADE_DO_ESP>. Acesso em: março  2021. 

LIPOVETSKY, G.; SERROY, J. (2015). A estetização do mundo: Viver na era do  capitalismo artista. Tradução de Eduardo Brandão. 1ª. ed. São Paulo: Companhia das  Letras. 

MATOS, D. C. (2012). Felicidade e sentido de vida na sociedade de consumo. Revista  Logos & Existência, 1, p. 72-78. 

OLIVEIRA, M. B. F. (2003). Cultura e alteridade em diálogo no Círculo de Bakhtin e nos  Estudos Culturais. In: CAMPOS, D., et al. II Encontro de Estudos Bakhtinianos. Vida,  cultura, alteridade. [Encontro Bakhtiniano com a vida e as esferas culturais.  EEBA/2013 - Caderno 3]. São Carlos: Pedro e João Editores. 

SILVA, D. N. E. (2005). Bakhtin, a identidade e a )est)ética: por um diálogo com as  teorias da pós-modernidade. Intercâmbio - Revista do Programa de Estudos Pós Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem, São Paulo, v. 14, 2005. Disponivel em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/intercambio/article/view/3928>.  Acesso em: março 2021. 

SOKOLOSKI, M. E. Do pó de arroz ao photoshop. Razón y Palabra, v. 15, n. 74, p. 10,  Novembro. Disponivel em:  
<http://www.razonypalabra.org.mx/N/N74/VARIA74/01SokoloskiV74.pdf>. Acesso  em: março 2021.