A extemporaneidade do Acompanhamento Terapêutico: Uma clínica transgressora, clandestina e contagiante

Rodrigo de Oliveira Feitosa Vaz

Resumo

São tempos de uma escuridão sem fim. Anoiteceu em uma tarde de São Paulo. O céu já desabava a olho nu. Não são apenas prédios desabando, somos nós. Caídos, nossos corpos não aguentam mais, rastejamos. Improvisamos paraquedas diários e mal e mal levantamos. Estamos clandestinos e há escombros por toda a parte. Beira a distopia onírica. Como está a altura do que escutamos? Como acompanhar a extemporaneidade do que vivemos? Ainda, uma clínica? São tempos de uma delicadeza sem fim. 
Palavras-chave: acompanhamento terapêutico, extemporaneidade, clínica. 

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