Editorial 22
Na 22ª edição da Alegrar, temos um conjunto de textos que evidenciam a potência da criação, entre educações, artes, filosofias.
Em Como escrever juntas, Aline Daka, Eduarda Ritzel e Stephanny Lotus atravessadas por problemáticas barthesianas do livro como viver junto, praticam um movimento de forças para uma potência poética na Educação, escrevendo juntas.
Wescley Dinali apresenta o conto uma conversa sobre um banquete onírico lisérgico com um pseudovegetariano foucault deleuze dois cachorros e um touro. Envolve fabulações, alianças, amizades. Convite para um banquete, experimentando com o canibalismo e o que foge sem cessar.
Da produção do normal à explosão do outro Adriana Maimone Aguillar pensa as pedagogias presentes em diversas situações do trato com o outro, aliada a autores como Michel Foucault, Gilles Deleuze, Carlos Skliar, Jorge Larrosa. Apresenta a “lógica binária das oposições que exclui um termo e inclui outro” produzindo a normalidade para mascarar o outro. Pensa, com Skliar (2003), a crítica da educação como uma “fábrica de mesmidades”, apontando para uma Pedagogia do Acontecimento. Aposta na possibilidade de que, tanto as práticas educativas quanto as outras práticas sociais, promovam um olhar para os vários outros que existem em nós. Versão em inglês: From the production of normal to the explosion of the other.
Em Variações telúricas sobre a filosofia de Deleuze e Guattari, Alisson Ramos de Souza apresenta três variações sobre a geofilosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari, tomando a terra como fio condutor.
Investigando possibilidades de articulação entre filosofia, escrita e alegria, temos a Pequena coleção de poemas filosóficos, de Leo Mascarenhas. “Isso acabou dando numa festa: a filosofia se tornou prática, e a prática, filosófica”. Uma aposta nos devires revolucionários. Versão em inglês: small collection of philosophical poems.
Movidas por poemas de Bertold Brecht, memórias de formação são ativadas no texto de Lidnei Ventura Quando as reminiscências falam por nós: memorial para doutoramento.
O artigo A relação dos gêneros do conhecimento com os afetos e sua consequência para a liberdade humana em Espinosa, de Maxmillan de Souza Sales e Tiê Felix Oliveira Barros, partindo da definição de substância em Espinosa, aborda a relação entre corpo e mente para chegar à relação entre os gêneros do conhecimento e os afetos e sua consequência para a liberdade humana em Espinosa.
Com o ensaio Golpes, de Aline Daka, entramos em contato com poéticas da resistência. Exercício de pensamento “que oferece visibilidade aos golpes de subjetivação que nos constituem em enfrentamento com as produções poéticas. Com a poeta Sylvia Plath e a artista visual Shirin Neshat lançam-se experiências e acontecimentos que atravessam esse conflito”. Alia-se também a Gilles Deleuze e Jacques Derrida. Composição com desenhos em nanquim da autora.
Escola Manicômio x Escola Libertadora: Um micro ensaio sobre educação envolve uma crítica de Guilherme Lino Fernandes ao que chama de “métodos tradicionais de ensino”, diferenciando dois tipos de escola e buscando pensar outras escolas e pedagogias.
Kátia Kasper e Juliana Gisi